É um facto. A excelência da gastronomia alentejana está na qualidade dos seus produtos. Simples!
Arrabaças
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Arrabaças |
Hoje, assim como quase todos os dias, fui ao mercado de Estremoz. O senhor Henrique, bem cedo, apanhou-me este incrível molho de arrabaças e o qual me foi oferecido. Desde já agradeço ao senhor Henrique e dona Elvira Figueiredo, sua mulher, o generoso molho de arrabaças e a partilha quase diária de simples receitas, dicas, produtos novos e momentos de boa conversa.
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Aqui o Sr. Henrique explica como se preparam as arrabaças |
A rabaça, aqui no Alentejo é conhecida por arrabaça. Cresce em terrenos com muita água, nos ribeiros e ribeiras. E encontra-se com alguma facilidade junto aos agriões nas hortas.
À arrabaça eu chamar-lhe-ia o «aipo do Alentejo»... É uma planta silvestre extremamente aromática!! Ao arranjar os talos encontrei semelhanças com os do aipo: na textura, filamentos fibrosos; cheiro; suculência.
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Talos das arrabaças |
Em 1728, Raphael Bluteau descreve assim a Rabaça:
- Planta aquática, que lança uns talos grossos, angulosos, ocos, e divididos em raminhos, com folhas compridinhas, adentadas e emparelhadas, até acabarem em uma. Tem cada flor cinco folhas brancas, postas em ordem como as da rosa. Caídas as folhas aparecem uns grãozinhos, dois, e dois, redondinhos, e chatos de uma banda. As raízes são pequenas, fibrosas, e negras. A planta cheira toda a betume. É muito aperitiva, e boa para adelgaçar, e quebrar a pedra nos rins, e na bexiga. Também é boa em saladas, e tira o mau cheiro da boca, de onde vem o ditado: Agrião e Rabaça, faz tornar a mulher para sua casa.
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ARRABAÇAS |
Nas arrabaças só os talos são comestíveis.
Use um descascador de batatas para as arranjar.
Olhapim,
Alentejo...