Eu e os meus Poleos... |
O Olhapim foi aos Poleos.
É verdade. Poleos. Foi por terras do meu amigo o Rei do Aroche. Eu sou um Alentejano, mas... Considero-me um arraiano, um lusitano, um ibérico. Reparem que sou um espírito da comida, como tal, vagueio por vários sítios.
Esse meu amigo o Rei do Aroche , é o rei do cogumelo, da bolota, del Jamón e da castanha. E agora descobri-lhe um novo titulo: o de REI do POLEO.
Esse meu amigo o Rei do Aroche , é o rei do cogumelo, da bolota, del Jamón e da castanha. E agora descobri-lhe um novo titulo: o de REI do POLEO.
Quando ele me disse que tinha ali uns Poleos para mim, achei normal. Pensei: - sim senhor, ele trata bem as galinhas, estas até têm poleiros! Mas não, não eram poleiros. Lá nos aproximámos de um riacho, e vi umas ervas enormes com cerca de um metro de altura. O meu nariz de imediato identificou aquela coisa chamada Poleo. Eram POEJOS!! Aquele perfume era inconfundível. Fiquei surpreendido, nunca imaginei o meu poejinho ( o das açordas e piso) nascer assim lá para aqueles lados. O Rei providenciou um grande ramo de Poleos e ofereceu-mo. Depois intrigado, perguntei-lhe se ele sabia o que era Piso. Como devem calcular, muito espantado de imediato respondeu: -Piso?? Mas... O que é isso? Lá lhe expliquei o que nós, os Espíritos alentejanos da comida, fazemos com o poejo.
Já era tarde e dirigi-me aos meus aposentos reais, com o meu molho gigante de Poleos, para deixar os meus baús de viagem e refrescar as ideias , antes de nos ser servido o jantar na sala Gurumelo. Pelo caminho toda a criadagem se ria e dizia : -Infusiones! Infusiones?! Hi!Hi! Infusiones!! E depois coisas do tipo:- sim, sim é muito bom para a saúde Las infusiones de poleo !! Es una buena medicina !!Fiquei com cara de tomate em Agosto. Mas será que esta gente pensa que estou doente?! Sou parvo?! Ou quê?! Estava um pouco pálido de tanta fome, pois já não comia nada desde o pequeno almoço.Um Espírito da comida não pode estar muito tempo sem se alimentar.
Só depois durante o jantar, soube que por aqueles lados ,o Poleo ou o meu querido poejinho, só é usado para fazer licores e as ditas infusiones. Uma das suas propriedades é a de estimular o apetite. Lá está o motivo de tanta risota. Olharam para mim e acharam-me com cara de quem come pouco. Por isso umas boas cházadas de Poleo só me iriam fazer bem.
[ O nome dos protagonistas foi alterado para salvaguardar a sua identidade]
PUDIM DE POLEO
Mas por cá?! É PUDIM DE POEJO
Mas por cá?! É PUDIM DE POEJO
10 formas pequenas
6 ovos
0,5 l de leite gordo
180 g de açúcar
16 folhinhas de poejo
q.b caramelo líquido
q.b de manteiga sem sal ( não tinha - usei manteiga com sal)
Para o crocante de poejo:
10 ramos de poejo fresco
2 colheres de sopa de farinha de trigo
4 dl de água (usei água de Castelo FRESCA )
O crocante de poejo: num recipiente coloque a farinha juntamente com a água. Mexa até formar um polme. Passe as hastes de poejo pelo polme e frite em óleo vegetal bem quente.
Olhapim provou
Sabe a casa. Sabe a Poejo. A minha língua, alentejana, não encontra Poleos!! O meu registo de sabores está em português. Por isso são Poejos doces.
Fartei-me de rir ao comer esta sobremesa. Sabem, é uma ERVA!
Adorei a história dos poejos! Espírito da comida, é inspirador! :)
ResponderEliminarUm beijinho.
Laranjinha,
ResponderEliminarJá vi que sim! Gostei muito daquela história...foi uma viagem fabulosa para mim!ObrigadO : )
Sabes... estou a aperfeiçoar a minha "fotografia" os retratos! já fiz muitos pratos, mas a fotografia não me permite avançar. E mais. Normalmente quando cozinho é sempre a olho, não há medidas. Como tal, tenho que fazer tudo numa espécie de "câmara-lenta" para poder escrever as receitas. E não é fácil passar para o papel aquilo que te sai espontaneamente!
Por isso vou deixando histórias...
Um Bat-beijinho
Continua. Estou a gostar cada vez mais do teu blogue e do teu estilo. Boa! Estou muito orgulhosa.
ResponderEliminarUm beijinho.
P.S. O Espírito da Comida deu origem a uma história, com outros espíritos à mistura! :) Foi tão engraçado construir a história.
Um beijinho