domingo, 10 de julho de 2011

Pudim de Água de Estremoz... A receita

Em  livros de culinária e apontamentos de família há  receitas que lhes faltam detalhes, tempos de cozedura,  quantidades fieis [ pois muitas destas receitas não batem certo e depois não dão em nada].
Deixo uma mini-receita só  para degustar.

Pudim de Água de Estremoz

Ingredientes
RECEITA não está disponível


Fiz duas formas de pudim. Mas, a uma delas adicionei a Raspa de Laranja no forno com Açúcar ao servir, bem fresco.


Pudim de Água de Estremoz e Raspa de Laranja  [ no forno com açúcar]





 
    Gostei mais deste. O crocante...!


Olhapim diz baixinho e ao ouvido de todos
Cada vez que faço este pudim penso e oiço, em melodia, este poema SEGREDO DE ÁGUA "...um beijo de sol...; ... E depois, partir...;... num segredo de água! ..." de Maria de Santa Isabel

E vejo este quadro:


Sunrise by the Ocean: Vladimir Kush 
The egg symbolizes the rising Sun and the beginning of life.



Olhapim, 
Alentejo...

Raspa de Laranja no forno com Açucar...


Raspa de laranja no forno com açúcar.

Procedimento

À raspa de laranja adicione açúcar. Leve ao forno para secar. A casca da laranja vai perder os óleos essências que lhe dão uma certa amargura, e os grãos de  açúcar fundem-se uns com os outros.


Olhapim informa
Queria um CRACK'e, um crocante e resultou esta combinação.
Hum! Sabe a pipocas de laranja.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Receitas de beldroegas [ receitas mentais - criar receitas de culinária ] # PENSAR NOS SABORES

Estes são alguns dos meus livros de receitas de família. Curioso! Ninguém os quer e no fim ficam sempre para mim. Mas o mais engraçado é que os meus apontamentos e livros, ou cadernos manuscritos, de receitas não são como estes.  Nestes vem tudo muito bem escrito, encontro textos com modos de preparação, os ingredientes que  por vezes as quantidades nem são referidas, todos os procedimentos estão cuidadosamente relatados, passo-a-passo. Páginas cheias de nódoas, sinónimo de que aquela receita já fez muitas delicias e já foi feita, muitas muitas vezes. Diferentes caligrafias, recortes de revistas, jornais, pacotes de açúcar e farinha , etc...


Os meus apontamentos são:

ingrediente a +b+c+x+y = refogado + H2O + c + tempo z + forno = 180ºC  e depois dou uma nota [ positivo se gosto e negativo se não gosto]
Muitos rabiscos e simbolos.

Estava de volta das beldroegas, e reparei que na Internet há poucas receitas e nos livros constam as clássicas. Então pensei:

Beldroega +- Nº do espinafre em textura e sabor = +-% de H2O = cruas *=tempo de cozedura  //\\ beldroega Vs espinafre = pratos parecidos

Fiz várias receitas mentais de pratos com beldroegas.

Se |beldroega|vai bem com queijo + batatas + ovos + cebola = posso fazer pratos =  |espinafres| { ...p.ex....}
Olhei para a beldroega mas pensei em Espinafres.
[ ambos "arrepiam" a língua quando são comidos crus ]


A receita está no cérebro. Primeiro pensamos o sabor.
O sabor tem memória.

Atrevam-se e criem. É fácil!

É assim que penso muitas receitas, e depois faço.
Sim. Não é novidade.





terça-feira, 5 de julho de 2011

Migas de Beldroegas... ou para "eles" Migas Burras

Aqui há 20 anos estive em  Elche, Espanha. Visitei o El Huerto del Cura , fui a uma praia, entre outras coisas.
Depois de um dia de praia sentei-me na esplanada de um café. Ali, as cadeiras estavam  enterradas na areia e o balcão ficava ao lado de uma horta. O que me chamou à atenção naquela horta foi a variedade incrível de abóboras. Intrigado, fui falar com o dono da horta. Mostrou-me abóboras com rugas, abóboras com cara de bruxa, verdes, cor de laranja, redondas , cilíndricas, amarelas, anãs, gigantes, etc. E tinha numa  casinha ao lado da horta, em gavetinhas de madeira, uma selecção maravilhosamente ordenada de sementes. Gostei muito de falar com o homem. Depois pedi-lhe para me vender uma. Ofereceu-ma. Agradeci. Nisto quando estava a escolher a minha abóbora, reparei que o chão estava "infestado" de beldroegas, e disse-lhe que nós fazíamos muitos pratos com aquela erva.  Ele riu-se e respondeu: - A sério! - Olhe Olhapim eu disso, só dou aos BURROS.

Ahahahah! De burros não temos NADA.

Caríssimo homem das sementes de abóbora, o meu capitulo de beldroegas é todo  dedicado  a si.
Assinado Olhapim - O Burro

Nunca, mas nunca mais me esqueci disto.

Migas Burras- Migas de Beldroegas

Ingredientes para UMA pessoa [depois multiplicam  pelos comensais que quiserem]

-uma mão cheia de rebentos  de beldroegas,
-um "fio" de azeite, 
-um dente de alho, 
-uma fatia de pão ALENTEJANO sem côdea



Escalde as beldroegas e passe de imediato por água gelada ( para ficarem com um verde vivo) .Deixe escorrer bem  toda água. Num tacho com um fio de azeite bem quente deite o alho esmagado. Deixe o alho fritar ligeiramente e depois junte as beldroegas mexendo sempre até ficarem tenrinhas. À parte na 1-2-3 pique a fatia de pão alentejano, duro de preferência, e junte ao preparado. Deixe cozinhar por uns minutos até que o pão deixe uma crosta no fundo tacho.
Sirva com o queijo  Boffard Grand Reserva, ou  qualquer um que queira e goste, ralado por cima .

Olhapim informa
É um excelente acompanhamento para uma boa posta de bacalhau.
E digo-vos em linguagem de burros ou  "burranês"  que é estupidamente delicioso.


Olhapim adverte
Burros?! Onde?!
Ahahahah!











Olhapim, 
Alentejo...



P.S Deste modo também se faz esparregado de beldroegas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Adiafa ... a festa dos tiradores de cortiça.

Estamos em plena época de descortiçamento, e esta vai de Maio  a Agosto. 
O nosso sobreiro não pára!
Lembrem-se.Antes da rolha, a árvore, o SOBREIRO.

Mas nem toda a gente pode tirar cortiça. O descortiçamento é uma ARTE!

Depois de retirada a cortiça de todos os sobreiros, numa determinada propriedade ou herdade, os trabalhadores, tiradores, molheiros, carregadores e aprendizes fazem um almoço ou jantar para celebrar o final de um longo e duro trabalho. É um dia de festa! 

A essa refeição dá-se o nome de ADIAFA.
Fui convidado e hoje vou a uma . Quero ver o que se come por lá.

Se há coisa que me encanta quando me preparo para beber aquele liquido subtil, o vinho, é o  « POP » da rolha a sair da garrafa.


 Sobreiro em castelhano é Alcornoque e em italiano é Sughero.


Olhapim, 
Alentejo...

domingo, 3 de julho de 2011

Um borrego chamado VACA

Calor.

Alentejo.

O rancho vai despindo os sobreiros à machadada.
O cão pastor de nome  REI reúne as ovelhas em  "conversas"  de assobios com o seu mestre, o guardador de rebanhos.







O guardador de rebanhos diz-lhe :- lindo!
E o REI derrete-se, abana o rabo todo vaidoso e lambe-se. Lambe-se...


E lá fui buscar o meu pressente!! Sim sim, ofereceram-me um borrego que é borrega. Uma fêmea raça Ile de France.
Vai engordar e dar leite para eu fazer queijos.
Bem, para dar leite?! Sempre era melhor uma vaca.Tinha mais tetas  e maiores, sempre dava mais leite.
Como o presente foi um borrego que é borrega, dei-lhe o nome de VACA.
 A minha VACA que é uma borrega!

As amigas da VACA é que não gostaram nada .Fui perseguido por estes olhares manhosos.
Ficaram danadas comigo.


Olhapim,
Alentejo...