terça-feira, 24 de abril de 2012

As Arrabaças

É um facto. A excelência da gastronomia alentejana está na  qualidade dos seus produtos. Simples!

Arrabaças

Arrabaças


Hoje, assim como quase todos os dias, fui ao mercado de Estremoz.  O senhor Henrique, bem cedo, apanhou-me  este incrível molho de arrabaças  e o qual me foi oferecido.  Desde já agradeço ao  senhor Henrique e dona Elvira Figueiredo, sua mulher,  o generoso molho de arrabaças e  a partilha  quase diária de simples receitas, dicas, produtos novos e momentos de boa conversa.

Aqui o Sr. Henrique explica como se preparam as arrabaças



A rabaça, aqui no Alentejo é conhecida por  arrabaça. Cresce em terrenos com muita água, nos ribeiros e ribeiras. E encontra-se com alguma facilidade junto aos agriões nas hortas.   

À arrabaça eu chamar-lhe-ia o «aipo do Alentejo»... É uma planta silvestre extremamente aromática!! Ao arranjar os talos encontrei semelhanças com os do aipo: na textura, filamentos fibrosos; cheiro; suculência.


Talos das arrabaças

Em 1728, Raphael Bluteau descreve assim a Rabaça:
- Planta aquática, que lança uns talos grossos, angulosos, ocos, e divididos em raminhos, com folhas compridinhas, adentadas e emparelhadas, até acabarem em uma. Tem cada flor cinco folhas brancas, postas em ordem como as da rosa. Caídas as folhas aparecem uns grãozinhos, dois, e dois, redondinhos, e chatos de uma banda. As raízes são pequenas, fibrosas, e negras. A planta cheira toda a betume. É muito aperitiva, e boa para adelgaçar, e quebrar a pedra nos rins, e na bexiga. Também é boa em saladas, e tira o mau cheiro da boca, de onde vem o ditado: Agrião e Rabaça, faz  tornar a mulher para sua casa.
ARRABAÇAS
Olhapim informa
Nas arrabaças só os talos são comestíveis.
Use um descascador de batatas para as arranjar.


Olhapim,
Alentejo...